quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quem sou eu?


Um espirito...
Uma alma...
Aliás,
uma entre muitas.

Fruto do que fizeram de mim...
Fruto de onde e de como me criaram...
Fruto do que a sociedade fez de mim...

Uma alma,
apenas uma alma...
entre muitas...
...

Uma luz entre a escuridão
e uma pontinha da esperança,
que me pertence,
de vir a ter uma vida que seja minha.

Um ponto de esperança
dentro de um corpo que vive,
porque algo lá dentro o faz viver...
Que respira porque algo o faz respirar...

Sou um monte de células,
tal como toda a gente,
um espirito como muitos outros,
uma alma entre muitas...

Não sou mais que tu e eles...
Sou só mais um...
Nada mais...
...

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PS: Alguém que saiba fazer poemas, que os faça, que isto aqui não é nada disso nem é suposto ser. Era por razões de estética, mas pronto, aqui vai a continuação em forma de texto...
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O vento embate contra o meu corpo com uma brusquidão que quase levanto voo, uma tempestade cai sobre a grande cidade atacando-a com chuva que transforma as ruas em rios e granizo que racha os vidros dos carros e ataca as pessoas que fogem desesperadas...

Sim! Testemunhei-a!
Ou parte dela...

As linhas do metro irão inundar e quem mora nos -1's receberá um rio gelado a entrar-lhes pelas janelas, a notícia do dia e da noite será os estragos dessa tempestade, mas, nos dias seguintes, nada terá acontecido...

Durante os dias passam sempre ambulâncias nas ruas, mas ninguém quer saber.
Ninguém liga, foi apenas mais um acidente, mais um corpo que provavelmente vai para o hospital e depois para a morgue...

Que nos interessa?

A vida é tão atarefada que mal há tempo para pensar.
Uma velhinha quer atravessar a rua mas não há tempo para a ajudar que estamos atrasados para os comprimissos.
Um amigo precisa de ajuda, mas pede-se para ele desabafar depois, que aquela noite também vai ser dedicada mas é a um serão. Não há tempo para gastá-lo em miminhos e formalidades.
Chega-se a casa, diz-se um olá geral e fecha-se a porta do quarto para se estudar no sossego.
Manda-se na manhã seguinte a habitual mensagem sobre o almoço. Se está tudo dentro dos planos, ainda bem, menos uma preocupação naquele dia.

Que bom!
Que não venham mais, que já há preocupações de sobra.

Alguém oferece um jornal e agarra-se nele sem sequer olhar para quem o entregou. Já se tem o que se ler durante a viagem.
Cruzamo-nos com pedintes no meio da rua e é enervante o facto de eles serem perguiçosos o suficiente para não trabalharem e passarem a viver na mesma vida movimentada que nós em vez de dormirem na rua e se alimentarem do tostão diário. Sentimo-nos também orgulhosos por, em comparação a eles, termos vida quando afinal eles são mais livres que nós.

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O que serei eu no meio disto tudo?
O que é cada um de nós no meio disto tudo?
Apenas mais um, dentro do mesmo e interminavel ciclo.
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Este tempinho que tive para escrever isto... Foi o tempinho que reservei com semanas de antecedência, quando, o pouco de vida que se tem, se manifestasse.

Aqui está o que sou eu.
Mais uma dessas pessoas.
Apenas mais uma.
Nada mais, nada menos.